terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Algumas considerações

O ano está prestes a chegar ao fim, esse passou rápido. Nem parece que já se faz quase um ano em que eu decidi ficar completamente bêbado no natal, só por não ter o que fazer. Pois bem, o fato é que o ano está acabando e não há nada que possamos fazer para reverter a situação, mesmo que pudêssemos, de que valeria?

Tenho algumas considerações. Não são agradecimentos, isso fiz no mesmo momento em que cada caso aconteceu. Casos como as descobertas, lugares novos, pessoas novas e ideias novas. Os casos sem causas, também. A chace de perceber que aceitar que está errado é algo mais valioso do que sustentar qualquer teimosia. O bares e as cervejas (que esse ano foram muitas), as conversas, sim, elas foram essenciais para sobreviver a mais um ano. Os encontros e reencontros. Aqueles que estiveram bem perto a ponto de me chamar a atenção sempre que preciso, e aqueles que estiveram perto, mesmo de tão longe. Imaginem só, esse ano comecei a realmente ganhar dinheiro escrevendo! Agradeço a todos os envolvidos, esses que não escreveram uma só linha, mas incentivaram, leram e releram, reclamaram, me ensinaram. As sessões de cinema, as jogatinas disputadíssimas. Os beijos, os abraços e, claro, os amassos, por que não?

Alguns bons projetos morreram, mas é como dizem: foi bom enquanto durou. E é bem melhor ser bom enquanto durar ao ter que acabar de tão ruim que está. Também foi bom ter a chance de ensinar qualquer coisa a qualquer alguém. Foi primordial aprender com tantos outros. Foram histórias colhidas e recontadas, algumas outras até vividas, criadas. As músicas e os shows, cada coisa incrível. Mais incrível que isso foram os problemas, pareciam não ter soluções, mas no fim ainda saia triunfante e com a sensação de que poderia consertar o mundo. O pessoal do Twitter, tantas ideia, intrigas e declarações que fizeram minha timeline parecer uma novela da Globo. O pessoal do Facebook... Bom, sabem que pouco ando por aquelas bandas, mas sem dúvida é um ótimo lugar para encontrar colecionadores de games (outra grande paixão).

Escrevo isso porque esse ano foi realmente diferente, não sei se melhor ou pior, mas ao invés de ficar na minha e esperar que as coisas passassem, fui atrás de tudo o que eu queria. Claro que não consegui, mas já aprendi como fazer e para o próximo ano, bom, ele que se cuide.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Doando infância

Há tempos atrás separei alguns livros que pretendia doar para alguma pessoa ou biblioteca. Hoje decidi entrar em contato com a Biblioteca de São Paulo e ver qual era o processo de doação, então me pediram a relação de livros, eu não imaginava o quanto isso seria difícil.

Lembranças podem ser um grande problema para quem é tão apegado a ela, e que não entendam essa apegação como algo negativo. Enquanto revia os títulos com a certeza de que daqui uns dias não seriam mais meus, me vi passando de marujo a capitão, andando pelas ruas de Ouro Preto e procurando soluções para problemas familiares. A viagem a Angola e os perigos ao ser emboscado por piratas, mercenários e criaturas monstruosas. Tudo o que me carregou da infância à juventude com grande maestria. Difícil desapegar, a vontade que tive foi de colocá-los novamente na prateleira e não deixar que ninguém mais os visse.

Mas ainda assim, desejo doar tais livros, não como um modo de inflar meu ego sendo um bom feitor, mas compartilhando a histórias que me levaram a ser quem sou e crendo que as crianças que têm hoje a idade que eu tinha quando os li, acreditam que a linha que divide a realidade do imaginário é tênue e, por vezes, vale a pena se perder do outro lado.

Quem sabe isso leve outros amigos, ou leitores aqui do blog, a praticarem a mesma ação. Se pensarmos bem, esse apego pode ser resolvido com idas futuras a biblioteca, onde os livros estão sendo bem cuidados por aqueles que também os adoram e os devoram vorazmente.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Sobre domingos de manhã

Estava lendo "A Garota que eu Quero", de Markus Zusak, e fui obrigado a interromper a leitura - por volta da página 120 - para escrever sobre domingos de manhã. Por vezes, é um momento mágico, a mesa encostada no canto da cozinha, com tanta coisa que mal cabe a xícara de café. A família reunida, conversando sobre política, futebol, cinema e qualquer porcaria, esquecendo qualquer briga ou intriga resultada do cansaço cotidiano. Um momento mágico acompanhado de risadas e reclamações, a verdadeira reunião de família. Algumas vezes só olho para todos e desejo que aquilo aconteça mais vezes, mas não todas as vezes, o suficiente para um saber que o outro sempre estará ali, reclamando ou contando uma piada. Um domingo de manhã é de verdade, é real, é a única coisa que pode fazer crescer o desejo de que o domingo chegue logo. Agora volto a ler, enquanto esse bendito domingo não chega.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

"Fomos" ao cinema

"Existe alguma maldição por trás das segundas-feiras, uma maldição bem amaldiçoada."



Assim comecei meu dia, mais uma segunda-feira. Depois de um longo e cansativo dia de trabalho, decidi ir ao cinema, que me serve como remédio para qualquer mal. Tendo assistido quase tudo o que está em cartaz, optei por 'Não Pare na Pista - A Melhor História de Paulo Coelho', que pelo título já se pode notar o assunto. Fui ao Cinemark e fiz o de sempre, comprei minha entrada e fui comer qualquer coisa para segurar o estômago até a hora em que eu poderia realmente jantar. Entrei no cinema assim que a sala foi liberada para aproveitar os dez minutos de provável sossego, já que esperava uma sala vazia. Passaram-se cerca de oito minutos e eu ainda era o único dentro da sala, eis que surge um sujeito, barba e cabelos compridos, quase um Raul Seixas. Sentou-se na mesma fileira em que eu estava e duas poltronas para o lado esquerdo. Ali ficamos, olhos atentos, um grunhido ou risada, hora ou outra. Eramos os únicos na sala e o filme era bom.

Depois de quase duas horas, o filme chegou ao fim, nos olhamos e com um gesto simples e rápido, agradecemos um  ao outro pela ótima e tranquila sessão. Saímos então do cinema, com uma segunda-feira mais leve nas costas e na cabeça, um filme que fomos assistir juntos, mesmo sem saber.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Ser piloto de avião

Imagina só como seria ser piloto de avião! Estar bem próximo do céu e longe do chão. Passaria por São Paulo, Chile, Argentina, França, Inglaterra... viveria de montão. Deixaria de lado qualquer encontro para subir ao céu, deixaria para trás qualquer livro ou sessão.

 Outro dia estava no parque vendo os aeromodelos voando, me encantava com as curvas perigosas e o som que faziam ao passar por mim. Imagina como seria pilotar um desses, mas não por  um controle remoto, estar lá no alto e poder ver ele cortar o vento.

Há dias que me imagino pilotando um avião, mas um aberto - como aqueles clássicos do Barão Vermelho - sentindo o vento no rosto. Pouco sei de termos técnicos, meu conhecimento vem de livros e filmes que vejo desde bem pequeno, mas para compensar isso tenho minha vontade e melhor que isso, tenho a certeza que um dia estarei na pista, pronto para alçar vôo, pronto para sair do chão.

Pronto para ser um piloto de avião!

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Devaneios de Copa do Mundo

Quando o assunto é Copa do Mundo, logo me vem a cabeça a Copa de 2002, pois foi naquele ano que eu mais vivi a união que só pode ser proporcionada pelo futebol. Lembro, em pequenos fragmentos, da Copa de 1998: boa parte da família reunida na casa da madrinha da minha irmã, o rosto pintado de verde e amarelo, a euforia na vitória por pênaltis do Brasil sobre a seleção dos Países Baixos. Mas Copa mesmo foi a de 2002.

Pintamos a rua por uma semana, desenhos do Ronaldinho Gaúcho e a famosa Tartaruga Né se uniam as bandeiras e bolas e estádios pintados no chão. A rua inteira reunida, a magia do futebol em ação. Nos jogos, era acordar cedo e ir para o quintal gigante do vizinho onde teria café, chá, pipoca, bolo e muitas coisas levadas aos poucos por cada um. Os gritos eram entoados em uma só voz, ninguém reclamava do barulho, pois estavam todos ali, como se fosse mais um setor da arquibancada do estádio.

O declínio desse que não é só um evento futebolístico, mas um momento de união, começou em 2006 e se alastrou por 2010, duas Copas, que para mim, passaram despercebidas. Hoje, enquanto chegava em casa, me deparei com a rua fechada, estavam pintando guias e postes um dia antes do jogo, quase um desrespeito. Nem passou pela minha cabeça contribuir de alguma forma com aquela gritaria, mais parecia uma daquelas manifestações que ofuscaram o verdadeiro objetivo que a Copa traz para um país, onde as pessoas que votam em caras como o "Tiririca" querem o direito de protestar contra um governo desorganizado, e ainda cobram da FIFA o que deveriam cobrar, antes de mais nada, e si mesmo. Não que eu tenha algo contra os protestos, isso nada mais é que o direito do cidadão, mas prefiro viver a Copa.

Mesmo diante desse temor de que alguma coisa ruim possa acontecer nas ruas durante um dos maiores eventos mundias, estou empolgado, acreditando e torcendo pela Seleção Canarinho, que o HEXA venha esse ano e que mostre que mesmo diante de tantos baixos sociais, ainda estamos unidos e sabemos sair as ruas sem quebrar nada, só por pura diversão.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

O maior Cowboy da cidade

Vejo o Sr. Carlos descendo a rua. Acompanho - com o olhar atento - seu passo tranquilo, o sorriso estampado e o ar sereno em sua volta. Ele, baixinho e robusto, estende a mão assim que me encontra. Depois de uma breve narrativa sobre seu afazeres da manhã e, claro, uma xícara de café, ele prende minha atenção ao falar da cidade de São Paulo.

Contou-me sobre sua atividade como eletricista iniciada na década de 1970, onde teve a oportunidade de trabalhar para o jornalista Giba Um - jornalista esse que conheci através de uma apresentação de trabalho na faculdade. Suas aventuras e desventuras na "cidade grande", como gosta de dizer, o levou para diversos lugares e lhe rendeu boas histórias.

Seu assunto favorito é cinema, e nesse quadro me encaixo fácil e perfeitamente. Fã de John Wayne, confessa que um dos seus filmes favoritos é A Balada do Pistoleiro. "Aquele em que o Bandeiras vai matar todo mundo", enfatiza. Outro de seus favoritos, que também não conta com Wayne, é Winchester'73, o qual ele narra do inicio ao fim, sempre deixando seus óculos escorregarem até a ponta do nariz e, com um olhar de seriedade visto acima da armação metálica, destaca as cenas importantes que definem o filme. "Os filmes de Wayne não são os melhores, mas além de um grande ator, ao meu ver, ele foi um bom homem", explica suas preferências adversas.

Mas a história não é contada apenas por ele, ajudando sua narrativa alguns transeuntes delatavam seus feitos. Um desses, ao ouvir-nos falar sobre o bang-bang do velho oeste, afirmou que o Sr. Carlos - chamado de Kaká pelos amigos - poderia muito bem fazer parte de um filme desses. Em suas rotineiras pescas com os amigos, pelo interior da cidade, "o Kaká estava sempre preparado, enquanto todos dormiam ele ficava acordado na fogueira, com o facão na mão e sua Tauros [pistola] do lado".

Infelizmente a conversa não foi gravada e com a minha péssima memória, não consigo extrair muitas outras histórias que foram contadas, mas o que mais me chamou a atenção foi saber que existe um cowboy por ai, solitário e altruísta, que carrega consigo não uma pistola, mas muitas histórias para contar.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Panorama: O dia do alívio


Algumas semanas bem que poderiam ser apagadas da memória, como se nunca tivessem passado. Mas como isso dificilmente vai acontecer, podemos apenas superá - las. Os problemas pessoais já são introduzidos no diagrama do dia a dia e o que nos salva de um vacilo ou outro são aqueles momentos que jamais vamos esquecer.

"Dá-lhe Forfun!", foi meu pensamento logo que acordei no último domingo, segundo dia da Virada Cultural de Sampa. Ansioso há alguns dias para ver o show da banda, levantei cedo, mandei uns pedaços de pizza da noite passada para dentro do estômago e parti para encontrar meu amigo. Fazia tempo que não acordava feliz tão cedo como foi no domingo, me sentia imponente.

Depois de todos os amigos encontrados, caçamos o palco e só de chegar perto já se ouvia o som daquelas guitarras -- nessa hora imaginei um daqueles filmes da Sessão da Tarde, descemos a Ladeira do Porto Geral e dobrando à direita nos deparamos com o que pode ser visto acima na imagem, ver aquelas pessoas vindo de diversas direções e se aglomerando no mesmo lugar, enquanto a banda mandava o seu som, foi lindo.

Mesmo de longe, o show foi inspirador, depois ainda tivemos energia para fazer uma tour pelo centro da cidade, onde encontramos apresentações árabes e coereanas, e uma outra que não reconheci. Enquanto escrevo, aproveitando alguns minutos do meu horário de almoço, noto como domingo foi, de verdade, o dia do alívio.





quinta-feira, 15 de maio de 2014

Eu canto: eu sou Palmeira até morrer

Não sou daqueles que discutem sobre futebol, mas de longe já se pode notar minha paixão pelo Palmeiras. Não é como amar alguém, ou alguma coisa, é o amor por uma história. É o pai e o filho gritando e vibrando no estádio. O choro da derrota e o choro da vitória. A cerveja gelada com os amigos. As unhas ruidas, a falta de voz, o nó na garganta. É o frio na barriga no começo do jogo e a sensação inexplicável em final de campeonato. É não saber o que falar quando se tem tanto a dizer.

Por isso eu apenas canto: eu sou Palmeiras até morrer!


quinta-feira, 8 de maio de 2014

Por isso tu vai encontrar Charlie Brown, on the house!

Essa é, de fato, uma história - e não uma estória. Como já disse no post "Quando a alma transborda", houve um tempo em que eu vivia de show, com isso, não quero dizer que ganhava alguma grana trabalhando em shows - embora fizesse isso em um ou em outro - eu ia nos shows mesmo para curtir.

Bom, o ano era 2011, um Sampa Music Festival em que iria tocar Forfun e Envydust. Marquei com uma galera de Mogi das Cruzes, do qual eu só conhecia uma pessoa, e estava pronto para partir. Um problema de comunicação fez com que eu não encontrasse esse pessoal, então fui sozinho, já sabia que eles estariam lá me esperando. Uma das coisas que eu mais lembro desse shows é o bate-cabeça quando o Envydust tocou "Meu Lugar", o salão se dividiu em dois e fez aquele ataque medieval. ANIMAL!

Antes mesmo disso acontecer fui surpreendido por uma coisa que mudou o meu dia, mês, ano... Mas antes preciso contar uma história:

Eu tinha uns 11 ou 12 anos quando tive meu primeiro contato com um skate, era do meu primo. Valente que era, encarava as ladeiras do bairro em pé, como um skatista pro que pensava ser. Quando cheguei aos 14 ganhei meu primeiro skate, todas as peças "gringas": truck Independent, shap Diet Skateboards e rodinha Spitfire. Ninguém me pegava no downhill. O que embalava as minhas sessions e me inspirava em andar era o som do Charlie Brown Jr., era tudo o que eu precisava para desbravar ruas e rampas.

Bom, voltando ao show, fui surpreendido. Embora já tivesse trabalhado em alguns shows, nunca tive a oportunidade de cobrir a minha banda favorita: Charlie Brown Jr.. No show, eu e meu amigo imaginamos como seria foda ver Charlie Brown, Forfun e Envydust no mesmo palco, então começamos a fazer - bem mal feito - o beat box de "O Que É da Casa, É da Casa" só de zuera. Nisso, surgiu o seguinte diálogo:

(Desconhecido) _Olha só, os caras me aloprando!
(Eu e meu amigo) _Caralho! Chorão!
(Chorão) _Vamo lá: [faz o beat box]
(Eu e meu amigo) _O que é da casa, é da casa, eu tô na veia, eu tô na área, meu irmão. Xota da índia massacô coro dentro do veneno do cão, não vou ficar explicando não!
(Chorão) _Isso ai, agora vou ali fazer o mundo girar. Falou!
(Eu e meu amigo) _Falou, mano!

Depois disso ficamos olhando um para o outro, sem saber o que fazer ou falar. Foi um dos momentos mais incríveis que vivi, pode até parecer exagero, mas quem é fã entende. Por fim, digo uma coisa que aprendi em mais de dez anos escutando música:

Sou Charlie Brown, meu irmão! (Tcharolladrão).

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Viajante de memórias

me.mó.ria sf 1. Faculdade de reter as ideias adquiridas anteriormente, de conservar a lembrança do passado ou da coisa ausente; 2. reminiscência, lembrança, recordação.

Poderia, eu, viajar em memórias todas as noites. Memórias boas ou ruins, não me importaria. Talvez as memórias de algumas outras pessoas. Então seria um doutor, ou até um bombeiro. Construiria prédios e marcaria gols em finais de campeonatos. Seria um magnata, ou um simples jardineiro. Seria astronauta, desenhista ou carpinteiro. Seria memória. Seria inteiro. Seria história, a do escritor ou a do carteiro.

Queria, eu, ser viajante de memórias, contador de histórias. Me aventurar no mundo inteiro.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Kotscho e Dimenstein, as aventuras e desventuras da reportagem

Um livro, dois jornalistas e muitas histórias


Quem melhor para falar de reportagem se não dois grandes jornalistas. Embora existam muitos por ai, são poucos os que fazem jus à sua profissão, que tratam o jornalismo como um serviço a ser prestado e não uma maneira de ganhar status. Entre esses poucos, estão Ricardo Kotscho – atualmente, comentarista do Jornal da Record News e repórter especial da Revista Brasileiros – e Gilberto Dimenstein ­– aposentado após trabalha 28 anos na Folha de S.Paulo.

Esses dois repórteres se encontram em “A Aventura da Reportagem” (Editora Summus, São Paulo, 1990), um livro que apresenta suas aventuras e desventuras na difícil jornada que é ser jornalista. Mas antes de iniciar a leitura, recebemos um daqueles impulsos que agrada a qualquer um, a apresentação de Clóvis Rossi nos mostra o que podemos esperar e é nesse momento em que somos instigados a devorar o livro como se fosse a única oportunidade que teríamos para lê-lo.

A narrativa dos dois autores é prazerosa, um misto de seriedade com diversão. Porém, logo notamos que não carregamos em nossas mãos apenas um livro, mas também uma escola para quem pretender ser jornalista, ou é apenas um bom curioso. Kotscho e Dimenstein tomam todo o cuidado para que o leitor, independente de quem seja, fique bem situação no que é descrito, com isso se iniciam as aulas, onde se aprende o que são as famosas “fontes”, o “falar em off” e o que é fazer notícia.

Kotscho e Dimenstein contam histórias – e quem seria melhor para isso se não dois jornalistas que as fizeram? –, algumas de suas infâncias, quando a mãe de Dimenstein não aceitava sua opção profissional, e outra de seus primeiros macetes, como cobrar mais de quem se finge de “bobo”. Mas a tensão é o que mais se faz presente em suas histórias. Viver a Ditadura Militar certamente não era fácil para muita gente, porém, o jornalista tinha a missão de informar, mas o que ele poderia ou não passar adiante? Qualquer deslize e sua carreira, até mesmo a própria vida, iria por água abaixo. E não era só no Brasil que as coisas apertavam, Kotscho cumpriu mais de um ano de prisão por uma de suas matérias na Alemanha. São adversidades que um jornalista precisa enfrentar e, em meio a isso, buscar a verdade nem sempre é fácil, como é dito no livro, tudo o que conseguimos é “a melhor versão da verdade”.


Com todo o respeito aos profissionais que cuidam para que tudo corra bem dentro de uma redação, tomo emprestado um trecho escrito por Clóvis Rossi na apresentação de “A Aventura da Reportagem” e termino essa resenha, que foi impulsionada mais pelo encantamento da leitura do que por recursos técnicos, com palavras de ouro: “Que me desculpem Vinicius de Moraes, os editores e os redatores, mas repórter é fundamental. É certamente a única função pela qual vale a pena ser jornalista”. E para aquele que pretende ler o livro, verá que agora já se somam quatro idiotas.

Duas piadas

Vou contar duas piadas, uma política, uma social:

a) Em 2010 o humorista Francisco Everardo Oliveira Silva, mais conhecido como Tiririca, concorreu a deputado pelo Partido Republicano e ganhou.

b) Em junho de 2013 o povo brasileiro foi as ruas reivindicar seus direitos e seguem em protestos até hoje, o governo finge que se importa.



quinta-feira, 6 de março de 2014

Monitoramento de Mídia - Festival de Toronto 2013 (Acadêmico)

No segundo semestre do ano passado, o professor Ernane Guimarães Neto, da disciplina Informação e Formação de Opinião, solicitou que fizéssemos um monitoramento de Mídia para compreendermos mais sobre os hábitos de informação e formação e opinião da população brasileira e de profissionais de comunicação. Como o tema era livre, escolhi monitorar o Festival de Toronto em dois websites e depois comparar como ambos tratam as notícias. O resultado foi o trabalho apresentado abaixo, com algumas melhorias após a correção do professor.


Vivendo em Nostalgia

Nostalgia é um termo que descreve uma sensação de saudade idealizada, e às vezes irreal, por momentos vividos no passado associada com um desejo sentimental de regresso impulsionado por lembranças de momentos felizes e antigas relações sociais. Wikipédia.

Sou movido a nostalgia. Não sei se enfrento hoje um futuro pessoalmente distópico, mas as coisas andam meio sem graça. Alguns dias atrás fui a uma banca de jornal comprar um álbum de figurinhas, estava sentindo falta de algo do gênero para me divertir. Mas nada me agradou. Não há mais Pokémon, Cavaleiros do Zodíaco ou O Rei Leão. Nem mesmo aqueles chicletes que eu abria e jogava fora só para pegar as figurinhas.

Outro dia, estava com uma amiga "nostalgiando" os desenhos animados. Como era bom o tempo de Dragon Ball, Megas XLR, As Múmias Vivas e Super Patos. Lembro que tinhas muitos bonecos desses personagens, o time inteiro de Patos, todos os Sayajins e uma boa quantidade de Cavaleiros do Zodíaco, todos bem articulados e cheios de apetrechos. Hoje, um boneco desse - agora chamado de action figure - são bem mais caro do que se pode pensar, não ouso comprá-los para brincar, é só coleção. Nenhum deles vai ter uma base de operações no quintal de terra da minha avó, ou saltar de paraquedas de cima do telhado, acho até que nenhum vai ser brincado.

A minha nostalgia não vem de coisas que não vi - como LPs, Ataris e o cinema mudo -, é mais uma saudade que me deixa com um pé nos anos 90 e o outro nos anos 2000. A intensidade desse sentimento vai além da saudade, pois a diferença se resume em poucas palavra, mas o significa se abrange em larga escala. É uma saudade que dificilmente será reparada.

A pouco tempo atrás comprei um Mega Drive. Embora tenha jogados diversos consoles - que se eu fosse listá-los deixaria esse texto gigante e cansativo - o Mega sempre foi minha paixão. Chegaram novas gerações que foram do Nintendo 64 até o Playstation 2 e eu seguia firme em meu Mega Drive, e agora, com a chegada de Nintendo WiiU, Playstation 4 e Xbox One, cá estou mais uma vez com um Mega Drive! É a felicidade que nenhum outro game pode me proporcionar. Mata a saudade, mas não a saudade inteira, pois não são mais momentos, são lembranças e essas lembranças só aumentam ainda mais a saudade. Irreparável. Sei muito bem que não vou ter a sensação de expectativa ao esperar um lançamento de um novo jogo, mas isso é facilmente ocupado pela aventura de caçar um cartucho raro pelas ruas do centro de São Paulo.

Sinto falta também da literatura, do futebol na rua e das tarde de baixo de uma árvore jogando conversa fora. As noites tocando violão e os dias em que juntávamos para escutar música, onde não se ouvia uma palavra fora as que saiam do rádio. As sessions de skate e a bagunça na pizzaria. Sinto falta de muitas coisas, acho que por isso vivo minha vida em nostalgia.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Minha Primeira Formatura

Texto escrito em meados de quando minha irmã se formou.


Na verdade, nem era tão minha. Mas eu era o padrinho. Só existe uma pessoa no mundo capaz de me fazer passar por isso, minha irmã. “Tudo bem, vai ter comida de graça”, me disseram. Já passava da meia noite e lá estava eu, sentado na cadeira – porque não se deve se sentar em uma mesa - girando uma taça no intuito de me divertir. Se não fosse por Thriller do tão odiado, por mim, Michael Jackson, eu diria que a banda foi um fiasco. Pera lá, vou explicar qual é a do Michael:

É simples, as músicas do cara são boas, não há dúvida nisso, mas quando ele decidiu morrer – depois de inúmeros escândalos e presepadas – ele interferia em todos, sem exceção, os programas de TV.

Bom, voltemos à banda. Tenho pouca experiência sobre bandas de formatura, mas acho, e só acho, que elas deveriam tocar músicas mais animadas, pois é uma festa. Dito isso, saltamos a outro fato:

Nesse momento eu estou na festa e embora algumas linhas acima eu tenha parecido estar no futuro desse tão tedioso evento, estou no passado, ou seria presente? Que seja. A verdade é que ainda corro o risco da banda piorar melhorar.

Eu insistia na taça enquanto meu avô e minha avó reclamavam de alguma coisa. A cerveja e o refrigerante chegam, logo depois os salgadinhos. Olhando um pouco pro lado pego minha tia dormindo sentada, devo dizer que a culpa é da banda com aquelas músicas dos anos 90’s, típicas de fim de seriado. Como alguma coisa e bebo Coca - Cola – nada de cerveja hoje – ignorando totalmente a Fanta laranja, ela tem gosto daquela Vitamina C que eu era obrigado a tomar quando ficava gripado.

Chegou a hora da dança – caralhocaralhocaralho. Minha irmã some com meu padrasto e eu imagino que, por fim, me livrei da maldita dança. Como eu disse, pouca experiência tenho em relação a formaturas, na verdade essa é a primeira. A minha era a segunda valsa, tentei lembrar de todos o filmes que já havia assistido, com certeza em algum deles houve alguma dança. Mas o único filme que se passava em minha cabeça era “Prenda-me se for Capaz”, uma fuga não seria assim tão ruim.

Dancei – ao menos foi o que pareceu – e voltei a me divertir com a taça. Mas notei que iria acontecer uma coisa grande, assim como eu, meu avô não estava muito disposto a encarar aquela festa (ou essa), então ele convoca alguns familiares para partir, eu, que não sou besta nem nada, decidi acompanhar já que estava tarde e alguém teria que zelar pela segurança dos mais velhos.

Essa foi a “minha” primeira formatura e, sinceramente, espero que não tenha uma segunda

Entrevista, ética no jornalismo econômico (Acadêmico)

Em novembro do ano passado (2013) a Profª Adriana Peona, da disciplina Ética e Legislação Jornalistica, solicitou como trabalho uma revista, meu grupo ficou com o tema "economia". Entre as matérias que deveriam fazer parte da revista, era necessário uma entrevista com um jornalista profissional da área, eu me encarreguei disso.

Abaixo, segue a entrevista, sem identificar o jornalista e a mídia em que trabalha, como solicitado por ele. Leia:

Somando mais de vinte anos de carreira, [Jornalista] já passou pela Gazeta Mercantil e pela Exame, agora com quatro anos trabalhando na revista semanal [Mídia], ele nos recebe para falar sobre a ética no jornalismo econômico.

Como é decidido o que vai ou não para a revista?
A informação flui em todos os sentidos possíveis. Desde o repórter mais novo da redação - como estagiário ou repórter novato - todo mundo é fortemente incentivado a trazer informações, trazer ideias. Ninguém na redação tem o direito de sentar e esperar ser pautado. Todos, incluindo o editor chefe, levam as ideias para a reunião de pauta, onde elas são debatidas e é decidido pelo mérito da ideia.

Atualmente no jornalismo econômico a Crise Mundial é muito abordada, qual a posição que o jornalista deve tomar diante disso?
A Crise Mundial não pede um tratamento ético diferenciado, não existe um modo especifico para tratar dela. O que o jornalista precisa é ter um olhar generoso, pluralista, para as várias versões sobre o mesmo fato. O que a economia tem de especifico é o fato de muitos economistas tratarem a economia como ciência exata, como se houvesse apenas uma verdade e as outras são apenas mentira, isso acaba, muitas vezes, influenciando o jornalista, por isso ele precisa ter a noção de estar lidando com uma ciência social e o que existe no meio são interpretações da realidade. O jornalista precisa estar pronto para lidar com essas diferentes visões.

E quando o assunto envolve politica?
A economia tem algumas regras fundamentais que orientam o comportamento do mercado e o governo pode tentar inibir ou estimular o funcionamento dessas regras, mas não suspender algumas delas, como a “oferta e procura”, ou o aumento ou diminuição da inflação, ele [o governo] pode tentar manipular essas forças para dar a versão “dourada” dos fatos, se acontece algo bom, o governo toma crédito dessa ação, se é ruim, ele tenta mostrar que não está tão mal assim. Diante disso, o jornalista precisa ser cético para lidar com o governo, saber apurar para ver o quanto o governo ajudou para aquilo acontecer e quando não tem nenhuma influencia dele, por exemplo, pode acontecer uma coisa péssima que não foi culpa do governo, não foi incompetência dele, algo que iria acontecer de qualquer forma.

E quando envolve uma empresa privada?
Não muda muito. A diferença é o interesse, saber o que o empresário quer é mais fácil do que saber o que o governo quer. O empresário tem um interesse especifico que na maioria das vezes é promover seu investimento e prever o lucro disso, mas quando se lida com o politico nem sempre o interesse é tão claro assim, você não sabe o que ele realmente quer, qual o setor que ele está representando, pode ser um ministro, um senador ou um deputado. Ele pode ter um compromisso com o setor da indústria, você não tem a menor ideia de qual é o objetivo dele, isso não está no seu radar, ele pode ter o interesse de influenciar certa decisão que está em discussão no congresso, isso não tem como o jornalista saber. O jornalista precisar estar aberto ao assunto, existem muitos interesses que permeiam por ali que nem sempre são óbvios.

Existe uma linguagem técnica própria do jornalismo econômico? Quando e como ela é usada?
Existe uma linguagem técnica, mas esse é um fato que eu acho péssimo. Isso não é uma premissa do jornalismo econômico, ou uma característica do bom jornalismo da área, é só o jeito ruim que se faz o jornalismo econômico no Brasil. Essa linguagem não é só na área de economia, esse tipo de linguagem existe em todas as áreas jornalísticas, o jornalista precisa saber quem é o seu leitor, se for uma revista ou jornal mais generalizado não tem sentido para usar uma linguagem muito técnica, o texto tem que ser escrito de modo que um economista entenda, assim como um rapaz de dezesseis anos interessado no assunto vá entender.

E quanto as revistas especializadas?
Essa é uma escapatória para quem decide escrever desse modo são as revistas especializadas, que buscam um público mais próximo do assunto que já tem uma maior noção sobre o assunto. Isso é como uma armadilha.

Quando é tratada uma noticia que possui uma aproximação maior ao público, como o seguro desemprego?
O jornalismo econômico inclui uma boa parte do jornalismo de serviço, usando como exemplo o seguro desemprego, como ele afeta a sua vida e como você usa quando precisar. Tradicionalmente no Brasil, isso é considerado como um jornalismo menos nobre. Existem muitas opiniões difundidas sobre isso, a maioria de jornalistas mais velhos, como se dividisse jornalismo em analise politica e analise econômica, as outras áreas são “o resto”, como se fosse menos importante, o que não é. Esse tipo de reportagem, o jornalismo de serviço, planejamento financeiro pessoal, como usar seu dinheiro, como procurar emprego, tudo isso tem a ver com jornalismo econômico e é um jornalismo extremamente importante.

Quais são os conflitos éticos mais enfrentados nessa área do jornalismo?
Esse é um ambiente muito envenenado, onde você se depara com muitas visões diferentes. Nos últimos anos aqui no Brasil tivemos o governo do PSDB e o do PT que acabaram criando uma polarização politica e econômica. Pode-se usar outros nomes, mas os mais entendidos no Brasil são os Liberais [direita], de um lado, e os Desenvolvimentistas[esquerda], do outro. O liberal quer que o mercado se movimente sem a intervenção do governo, enquanto o desenvolvimentista quer que o governo atue firmemente perto das empresas para promover o crescimento da economia. O jornalista pode acabar virando um militante de um dos dois lados, quando você vai para um lado ele te mostra que tudo feito daquela forma pode dar certo, esse lado vai dar uma visão de mundo perfeito se você não ouvir o outro, e o jornalista acaba se acomodando daquele lado acreditando que suas fontes sabem o que é certo, até ele ouvir o outro lado e ver que ali também dá tudo certo. Então é preciso ouvir os dois lados e temperar a sua matérias com essas visões da realidade, como eu disse, não é uma ciência exata, mas é preciso chegar a um ponto analítico sobre o assunto.

Você já enfrentou algum desses conflitos?
O tempo todo, inclusive, já fui processado.  No caso não foi a minha interpretação dos fatos que me resultaram um processo, mas sim um deputado envolvido em esquema de corrupção, era uma reportagem que tinha certa relação com economia.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Dia de Clássico

Dia de Clássico. Acorda cedo e prepara o manto. Empolgado há cinco dias, sai pra rua cantando. O vizinho que até ontem era chato e filho da mãe, hoje é amigo de infância. São as cores, aquelas cores, que provocam a mudança.

O hino toca o dia inteiro, até a hora da partida. Se reunir com os amigos já faz parte da rotina. Segue pelas ruas cantando, mais feliz do que imagina, é dia de Clássico, é dia de alegria.

Está quase na hora, já estão todos reunidos. A geladeira cheia de cerveja, típico de um Clássico de domingo. O sofá é a arquibancada e os amigos, a torcida. São muitos estádios, do apartamento à padaria.

Os gritos da organizada soam em alto e bom som, na rua, alguns passam xingando, enquanto outros ajudam cantando. É dia de Clássico, é dia de ousadia.

Então sai o gol, seguido por gritos enlouquecidos de euforia. Voa a cerveja, o churrasco, o amigo e a mobília. A sensação é inexplicável, só vão saber aqueles que amam um Clássico.

Não é fanatismo, não é doença e nem amor pela camisa. Vai muito além, está na alma, na pele. É o amor de uma vida.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Quando a alma transborda


Escrever sobre algo que gostamos é muito mais difícil do que se pode imaginar, quando essa "coisa" faz parte da nossa vida, a dificuldade se multiplica, mas às vezes sai, mesmo que confuso, sai.

Minha história com o Forfun vem de longe, bem longe. Eu tinha, cerca de, 15 anos quando a banda me foi apresentada, aquele hard core californiano começou a me acompanhar nas idas e vindas da escola. As sessions de skate se tornaram mais animadas e cada música fazia a trilha de uma série que percorria por toda a pista. O álbum "Teoria Dinâmica Gastativa" sempre estava no meu MP3.

Mas foi em 2008 que, no primeiro show que fui que comecei a acompanhar a banda com mais sagacidade e isso me rendeu boas histórias para contar e alguns amigos com quem conversar.

Lembro que o primeiro show fez parte de uma maratona que eu e um amigo estávamos seguindo nos finais de semana em um ritmo frenético que começou a se tornar cansativo, mesmo não sendo aconselhável para uma pessoa igual a mim, sempre participava da massa que embalava o "bate cabeça". Depois disso, qualquer show em São Paulo, ou proximidades, eu estava presente.

Entre um show e outro, junto com meus amigos, participei de momentos tensos e engraçados. Já fiquei na rua durante a madrugada mesmo sabendo que daria tempo de voltar para casa, mas aos 17 anos o legal é ser rebelde, não é mesmo? Em um show na Virada Cultural protegi um amigo contra uma multidão quando a combinação de enxaqueca, x-bacon e cerveja não teve um resultado positivo. Vi um dos meus amigos mais antigos cair durante um bate cabeça e entrei desesperado para levantar ele e, a coisa mais insana que fiz, subi ao palco para cantar "Ai Sim" em um show da banda de outro amigo.

Tive a oportunidade de conhecer os integrantes da banda, cobrir shows e escrever artigos para um site de música. Vi que embora o grupo esteja em seu auge e faça show por todo o Brasil, eles não passam de pessoas comuns que adoram fazer uma boa bagunça por onde passam e nutrem um admirável respeito por seus fãs.

Essas veredas que segui acompanhando a banda o mais próximo que podia me renderam dias bons, sem essa de músicas tristes em dias ruins, Forfun sempre fez parte dos meus dias, desde os que se resumiam no simples cotidiano, até os mais difíceis de enfrentar, e foi essa banda, com suas músicas incomuns, que me transformou em um pouco de tudo e muito de cada, me mostrou que seguir em frente é bem mais fácil do que posso imaginar e que as coisas boas estão por ai, no Mundão.