quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Quando a alma transborda


Escrever sobre algo que gostamos é muito mais difícil do que se pode imaginar, quando essa "coisa" faz parte da nossa vida, a dificuldade se multiplica, mas às vezes sai, mesmo que confuso, sai.

Minha história com o Forfun vem de longe, bem longe. Eu tinha, cerca de, 15 anos quando a banda me foi apresentada, aquele hard core californiano começou a me acompanhar nas idas e vindas da escola. As sessions de skate se tornaram mais animadas e cada música fazia a trilha de uma série que percorria por toda a pista. O álbum "Teoria Dinâmica Gastativa" sempre estava no meu MP3.

Mas foi em 2008 que, no primeiro show que fui que comecei a acompanhar a banda com mais sagacidade e isso me rendeu boas histórias para contar e alguns amigos com quem conversar.

Lembro que o primeiro show fez parte de uma maratona que eu e um amigo estávamos seguindo nos finais de semana em um ritmo frenético que começou a se tornar cansativo, mesmo não sendo aconselhável para uma pessoa igual a mim, sempre participava da massa que embalava o "bate cabeça". Depois disso, qualquer show em São Paulo, ou proximidades, eu estava presente.

Entre um show e outro, junto com meus amigos, participei de momentos tensos e engraçados. Já fiquei na rua durante a madrugada mesmo sabendo que daria tempo de voltar para casa, mas aos 17 anos o legal é ser rebelde, não é mesmo? Em um show na Virada Cultural protegi um amigo contra uma multidão quando a combinação de enxaqueca, x-bacon e cerveja não teve um resultado positivo. Vi um dos meus amigos mais antigos cair durante um bate cabeça e entrei desesperado para levantar ele e, a coisa mais insana que fiz, subi ao palco para cantar "Ai Sim" em um show da banda de outro amigo.

Tive a oportunidade de conhecer os integrantes da banda, cobrir shows e escrever artigos para um site de música. Vi que embora o grupo esteja em seu auge e faça show por todo o Brasil, eles não passam de pessoas comuns que adoram fazer uma boa bagunça por onde passam e nutrem um admirável respeito por seus fãs.

Essas veredas que segui acompanhando a banda o mais próximo que podia me renderam dias bons, sem essa de músicas tristes em dias ruins, Forfun sempre fez parte dos meus dias, desde os que se resumiam no simples cotidiano, até os mais difíceis de enfrentar, e foi essa banda, com suas músicas incomuns, que me transformou em um pouco de tudo e muito de cada, me mostrou que seguir em frente é bem mais fácil do que posso imaginar e que as coisas boas estão por ai, no Mundão.