quinta-feira, 22 de setembro de 2016

O dia em que decidi enlouquecer

Tenho sido surpreendido por pensamentos estranhos, mas sempre que paro e lhes dou mais atenção percebo que não poderia ter chegado a outro lugar. Fui tomado por uma repulsa a humanidade e contrariado pelo medo de me tornar um bastardo de família e amigos.

Por alguns dias tive mais medo ainda de ser uma forma de depressão, não sei como isso chegaria e muito menos como eu poderia lidar com o problema. Então pensei em suicídio, como eu faria. Pensei em usar o machado que guardo ansioso pelo momento em que alguém venha me intimidar, mas não daria para ser do jeito formidável como os vikings usam sua brutalidade, abandonei a ideia de suicídio e fui ler um livro.

Mas os dias continuaram tortuosos, então comecei a entrar duas horas mais cedo no trabalho e sair mais tarde, só para manter a cabeça ocupada. Mas a questão voltava sempre que eu vacilava e me obrigava a ficar alguns segundos parados, aquelas pausas relaxantes para um café passaram a ser estressantes, me deixando ainda mais revoltado.

Deixei as redes sociais de lado e mantive o contato só com aqueles com quem sou obrigado. Tive medo de me perder em meio a toda agustia e cheguei a pensar que estava enlouquecendo. Mas talvez eu tenha enlouquecido desde os meus 18, o que faria mais sentido. Por muitas vezes tentei falar, mas ninguém escutou, ou eu mesmo não soube dizer, que seja.

Então cheguei em casa, fiz a barba, tomei uma cerveja, coloquei um filme do Bergman e decidi que já tinha chagado a hora de enlouquecer.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Formatura: Ano 2

Aqui de novo, outra vez. Cá estou em mais uma formatura que, novamente, não é minha. Batendo meu recorde de camisas usadas em um único mês, me encontro sentado, escrevendo essa crônica só para ver o tempo passar e parece que esse corre mais lento que o normal.

Antes de sair de casa já imaginava que esse seria meu refúgio, o lado bom de escrever, e gostar disso, é poder passar o tempo em qualquer lugar fazendo uma coisa simples: dissertar sobre qualquer coisa.

Aqui, as músicas parecem ser todas cantadas pela Adele, mas ainda improvisam uns bons clássicos como Creedence e AC/DC com essa voz, que até agradam se você levar em consideração como as coisas andam hoje em dia, poderia ser pior (agora me pego imaginando a Anita com aquela voz toda irritante cantando alguma coisa boa, essa é uma coisa que eu não gostaria que tivesse passado pela minha cabeça).

Hoje minha mãe se forma, que orgulho! Sabendo tudo pelo que ela já passou e o quanto já lutou, o não não poderia ter começado de forma mais gratificante. Claro que de todos os lugares, esse nunca seria o que eu gostaria de estar agora, mas de certa forma fico feliz de participar, só digo que não para manter a aparência e essa minha personalidade ranzinza.

Provavelmente, depois daqui iremos jantar em algum lugar e dar continuidade aquela confusão de família reunida que parece que sou o único que enxerga. Só espero que seja regada por pizza de Coca-Cola.

domingo, 24 de janeiro de 2016

A velha loja de discos

Fazia um bom tempo que eu não andava pela cidade vizinha. Na última sexta-feira marquei com um amigo de ir num rock bar, um bar que foi fundado nos anos 80s e foi uma das minhas primeiras "noitadas" no inicio dos anos 2000. No caminho me deparei com algo que eu jamais pensei que aconteceria: a velha loja de discos transformada em qualquer outra coisa.

No primeiro momento eu me senti bem estranho, há muito não ia lá, a mais tempo ainda não comprava alguma coisa na loja. Mas foi lá que aprendi muito do que sei sobre o Rock'n Roll. Lembro-me que chamávamos (eu e meus amigos) o dono de Mullets, isso porque a perna dele era tão fina para o corpo, que pareciam duas muletas kkk claro que ele não gostava, mas sempre estava tudo bem.

Na época, eu ia com meus amigos e ficávamos olhando os álbuns que gostávamos, algumas vezes, se o disco já estivesse aberto, ele nos deixava ouvir, era muito massa! Foi lá que encontrei (e por falta de grana não comprei) muitos discos do Iron Maiden. Lá também consegui minha fita k7 do Metallica, que colocava para tocar no toca fitas que meu avô havia me dado de aniversário. Comprei meu primeiro CD, Brave New World, e conheci muito sobre Black Sabbath, Deep Purple, Rush e todas essas bandas que hoje completam minha playlist.

A nostalgia que sinto ao me recordar daqueles dias é algo indescritível. Aquele era o lugar mais Rock'n Roll que eu conhecia. Sei que a culpa disso vem muito da internet e não serei hipócrita a ponto de reclamar, pois também baixo muitos álbuns que eu compraria se não fosse essa possibilidade, mas é triste ver uma coisa que foi tão intensa no meu desenvolvimento musical morrer. Mesmo não frequentando o local, eu me confortava em saber que ele estava lá, que outra pessoas poderia chegar a ter as mesmas experiencias que eu.

Alguns dias atrás, estava escutando a Kiss FM (que acompanho durante todo o período de trabalho) e em algum dos programas comentaram sobre uma matéria que dizia que o Rock estava morrendo nas rádios, concordo com isso e mais uma vez fico triste com essa verdade. Muitas bandas fazem um som legal hoje em dia, como o Pandora101, mas as rádios (com exceção da Kiss) não têm mais espaço para eles, é algo excluso, fora de moda. Essa é a realidade que, nós que curtimos o bom e velho Rock in Roll, temos de lidar. Mas acredito que um dia isso melhora, além do que em março teremos um grande espetáculo e só de lembrar isso já sinto que o Rock de verdade nunca vai morrer!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Encarando a morte

Outra noite sonhei com algumas coisas estranhas. Sonhei que a Morte (personagem do Neil Gaiman) vinha até minha cama e me beijava. Senti um frio desconcertante que gelou todo o meu corpo, mas eu só queria mais daquilo. Não seria algo estranho já que sou um grande fãs de HQs e do Gaiman, mas há muito eu não lia nada dele, muito menos da Morte.

No dia seguinte de meu sonho, logo que acordei, ou antes mesmo disso, me deram a notícia que um amigo da família morrera. Isso me deixou intrigado, será que eu teria recebido certa premonição de que algo assim viria acontecer? Se fosse o caso, por que tinha de ser eu?

Cerca de uma semana depois cheguei ao hoje, ou melhor dizendo, ao ontem. Estava voltando para casa quando um sujeito, até que bem vestido, me disse para lhe entregar tudo o que tinha. O encarei por alguns segundos (e somente hoje percebi que aquele poderia ser meu fim), o encarei e vi o momento em que o mesmo ameaçou tirar uma faca da cintura. Antes mesmo de perceber o que estava fazendo, parti pra cima dele, para cima da morte. O soquei com uma velocidade desconhecida e uma coragem tão intensa que só o subconsciente daqueles que um dia viram tal perigo face a face saberia que toda ela vinha do medo.

Passei uma noite difícil. Um enjoo inexplicável (mas acho que entendi porque em algumas cenas "fortes" do cinema os personagens vomitam). Mal dormia e quando isso acontecia acordava assustado. Mas sei bem que se meu destino está traçado, meu fim só chegará no tempo certo. Então escrevo, em busca de uma noite mais tranquila. Escrevo porque essa talvez seja a única saída que posso encontrar no momento.