me.mó.ria sf 1. Faculdade de reter as ideias adquiridas anteriormente, de conservar a lembrança do passado ou da coisa ausente; 2. reminiscência, lembrança, recordação.
Poderia, eu, viajar em memórias todas as noites. Memórias boas ou ruins, não me importaria. Talvez as memórias de algumas outras pessoas. Então seria um doutor, ou até um bombeiro. Construiria prédios e marcaria gols em finais de campeonatos. Seria um magnata, ou um simples jardineiro. Seria astronauta, desenhista ou carpinteiro. Seria memória. Seria inteiro. Seria história, a do escritor ou a do carteiro.
Queria, eu, ser viajante de memórias, contador de histórias. Me aventurar no mundo inteiro.
quarta-feira, 30 de abril de 2014
terça-feira, 1 de abril de 2014
Kotscho e Dimenstein, as aventuras e desventuras da reportagem
Um livro, dois jornalistas e muitas histórias
Quem melhor para falar de reportagem se não dois grandes jornalistas. Embora existam muitos por ai, são poucos os que fazem jus à sua profissão, que tratam o jornalismo como um serviço a ser prestado e não uma maneira de ganhar status. Entre esses poucos, estão Ricardo Kotscho – atualmente, comentarista do Jornal da Record News e repórter especial da Revista Brasileiros – e Gilberto Dimenstein – aposentado após trabalha 28 anos na Folha de S.Paulo.
Esses
dois repórteres se encontram em “A
Aventura da Reportagem” (Editora Summus, São Paulo, 1990), um livro que
apresenta suas aventuras e desventuras na difícil jornada que é ser jornalista.
Mas antes de iniciar a leitura, recebemos um daqueles impulsos que agrada a
qualquer um, a apresentação de Clóvis
Rossi nos mostra o que podemos esperar e é nesse momento em que somos
instigados a devorar o livro como se fosse a única oportunidade que teríamos
para lê-lo.
A
narrativa dos dois autores é prazerosa, um misto de seriedade com diversão.
Porém, logo notamos que não carregamos em nossas mãos apenas um livro, mas
também uma escola para quem pretender ser jornalista, ou é apenas um bom
curioso. Kotscho e Dimenstein tomam todo o cuidado para que
o leitor, independente de quem seja, fique bem situação no que é descrito, com
isso se iniciam as aulas, onde se aprende o que são as famosas “fontes”, o
“falar em off” e o que é fazer notícia.
Kotscho e Dimenstein contam histórias – e quem seria melhor para isso se não
dois jornalistas que as fizeram? –, algumas de suas infâncias, quando a mãe de Dimenstein não aceitava sua opção
profissional, e outra de seus primeiros macetes, como cobrar mais de quem se finge
de “bobo”. Mas a tensão é o que mais se faz presente em suas histórias. Viver a
Ditadura Militar certamente não era fácil para muita gente, porém, o jornalista
tinha a missão de informar, mas o que ele poderia ou não passar adiante?
Qualquer deslize e sua carreira, até mesmo a própria vida, iria por água
abaixo. E não era só no Brasil que as coisas apertavam, Kotscho cumpriu mais de um ano de prisão por uma de suas matérias
na Alemanha. São adversidades que um jornalista precisa enfrentar e, em meio a
isso, buscar a verdade nem sempre é fácil, como é dito no livro, tudo o que
conseguimos é “a melhor versão da verdade”.
Com
todo o respeito aos profissionais que cuidam para que tudo corra bem dentro de
uma redação, tomo emprestado um trecho escrito por Clóvis Rossi na apresentação de
“A Aventura da Reportagem” e termino essa resenha, que foi impulsionada
mais pelo encantamento da leitura do que por recursos técnicos, com palavras de
ouro: “Que me desculpem Vinicius de
Moraes, os editores e os redatores, mas repórter é fundamental. É certamente a
única função pela qual vale a pena ser jornalista”. E para aquele que
pretende ler o livro, verá que agora já se somam quatro idiotas.
Duas piadas
Vou contar duas piadas, uma política, uma social:
a) Em 2010 o humorista Francisco Everardo Oliveira Silva, mais conhecido como Tiririca, concorreu a deputado pelo Partido Republicano e ganhou.
b) Em junho de 2013 o povo brasileiro foi as ruas reivindicar seus direitos e seguem em protestos até hoje, o governo finge que se importa.
a) Em 2010 o humorista Francisco Everardo Oliveira Silva, mais conhecido como Tiririca, concorreu a deputado pelo Partido Republicano e ganhou.
b) Em junho de 2013 o povo brasileiro foi as ruas reivindicar seus direitos e seguem em protestos até hoje, o governo finge que se importa.
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