Adélio Antônio da Silva
“Neto de cafezeiro não nega
café.” Foi afirmando isso que o senhor Adélio Antônio da Silva, entre uma xícara
e outra, me recebeu em sua casa e contou sua história.
Tendo cursado física e
matemática no McKenzie, pretendia entrar na Aeronáutica Brasileira para cumprir
seu tempo de alistamento e aprender como funcionavam alguns mecanismos, assim,
também seguiria os passos de seu tio, que servira alguns anos antes. “Só que
meu pai disse que se eu servisse o exército, ele me ajudaria”, isso porque em
1963 o salário de um militar era baixo, “Hoje o exército ainda paga um pouco mais,
quem melhorou isso foi o Castelo Branco”, afirmou Adélio.
A intervenção de seu pai fez
com que ele desistisse da Aeronáutica e ingressasse no Exército, o que seria
bem mais difícil se a dona Maria, moradora do bairro Vila Formosa – onde Adélio
mora até hoje – não o tivesse incentivado. Mal sabia que uma ação a contra
gosto lhe renderia tantas histórias para contar, algumas delas cômicas, outras
bem dramáticas, mas todas relatadas entre boas xícaras de café.