quinta-feira, 8 de maio de 2014

Por isso tu vai encontrar Charlie Brown, on the house!

Essa é, de fato, uma história - e não uma estória. Como já disse no post "Quando a alma transborda", houve um tempo em que eu vivia de show, com isso, não quero dizer que ganhava alguma grana trabalhando em shows - embora fizesse isso em um ou em outro - eu ia nos shows mesmo para curtir.

Bom, o ano era 2011, um Sampa Music Festival em que iria tocar Forfun e Envydust. Marquei com uma galera de Mogi das Cruzes, do qual eu só conhecia uma pessoa, e estava pronto para partir. Um problema de comunicação fez com que eu não encontrasse esse pessoal, então fui sozinho, já sabia que eles estariam lá me esperando. Uma das coisas que eu mais lembro desse shows é o bate-cabeça quando o Envydust tocou "Meu Lugar", o salão se dividiu em dois e fez aquele ataque medieval. ANIMAL!

Antes mesmo disso acontecer fui surpreendido por uma coisa que mudou o meu dia, mês, ano... Mas antes preciso contar uma história:

Eu tinha uns 11 ou 12 anos quando tive meu primeiro contato com um skate, era do meu primo. Valente que era, encarava as ladeiras do bairro em pé, como um skatista pro que pensava ser. Quando cheguei aos 14 ganhei meu primeiro skate, todas as peças "gringas": truck Independent, shap Diet Skateboards e rodinha Spitfire. Ninguém me pegava no downhill. O que embalava as minhas sessions e me inspirava em andar era o som do Charlie Brown Jr., era tudo o que eu precisava para desbravar ruas e rampas.

Bom, voltando ao show, fui surpreendido. Embora já tivesse trabalhado em alguns shows, nunca tive a oportunidade de cobrir a minha banda favorita: Charlie Brown Jr.. No show, eu e meu amigo imaginamos como seria foda ver Charlie Brown, Forfun e Envydust no mesmo palco, então começamos a fazer - bem mal feito - o beat box de "O Que É da Casa, É da Casa" só de zuera. Nisso, surgiu o seguinte diálogo:

(Desconhecido) _Olha só, os caras me aloprando!
(Eu e meu amigo) _Caralho! Chorão!
(Chorão) _Vamo lá: [faz o beat box]
(Eu e meu amigo) _O que é da casa, é da casa, eu tô na veia, eu tô na área, meu irmão. Xota da índia massacô coro dentro do veneno do cão, não vou ficar explicando não!
(Chorão) _Isso ai, agora vou ali fazer o mundo girar. Falou!
(Eu e meu amigo) _Falou, mano!

Depois disso ficamos olhando um para o outro, sem saber o que fazer ou falar. Foi um dos momentos mais incríveis que vivi, pode até parecer exagero, mas quem é fã entende. Por fim, digo uma coisa que aprendi em mais de dez anos escutando música:

Sou Charlie Brown, meu irmão! (Tcharolladrão).

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