Na verdade, nem era tão minha. Mas eu era o padrinho. Só
existe uma pessoa no mundo capaz de me fazer passar por isso, minha irmã. “Tudo
bem, vai ter comida de graça”, me disseram. Já passava da meia noite e lá
estava eu, sentado na cadeira – porque não se deve se sentar em uma mesa -
girando uma taça no intuito de me divertir. Se não fosse por Thriller do tão
odiado, por mim, Michael Jackson, eu diria que a banda foi um fiasco. Pera lá,
vou explicar qual é a do Michael:
É simples, as músicas do cara são boas, não há dúvida nisso,
mas quando ele decidiu morrer – depois de inúmeros escândalos e presepadas –
ele interferia em todos, sem exceção, os programas de TV.
Bom, voltemos à banda. Tenho pouca experiência sobre bandas
de formatura, mas acho, e só acho, que elas deveriam tocar músicas mais
animadas, pois é uma festa. Dito isso, saltamos a outro fato:
Nesse momento eu estou na festa e embora algumas linhas
acima eu tenha parecido estar no futuro desse tão tedioso evento, estou no
passado, ou seria presente? Que seja. A verdade é que ainda corro o risco da
banda piorar melhorar.
Eu insistia na taça enquanto meu avô e minha avó reclamavam
de alguma coisa. A cerveja e o refrigerante chegam, logo depois os salgadinhos.
Olhando um pouco pro lado pego minha tia dormindo sentada, devo dizer que a
culpa é da banda com aquelas músicas dos anos 90’s, típicas de fim de seriado.
Como alguma coisa e bebo Coca - Cola – nada de cerveja hoje – ignorando
totalmente a Fanta laranja, ela tem gosto daquela Vitamina C que eu era
obrigado a tomar quando ficava gripado.
Chegou a hora da dança – caralhocaralhocaralho. Minha irmã
some com meu padrasto e eu imagino que, por fim, me livrei da maldita dança.
Como eu disse, pouca experiência tenho em relação a formaturas, na verdade essa
é a primeira. A minha era a segunda valsa, tentei lembrar de todos o filmes que
já havia assistido, com certeza em algum deles houve alguma dança. Mas o único
filme que se passava em minha cabeça era “Prenda-me se for Capaz”, uma fuga não
seria assim tão ruim.
Dancei – ao menos foi o que pareceu – e voltei a me divertir
com a taça. Mas notei que iria acontecer uma coisa grande, assim como eu, meu
avô não estava muito disposto a encarar aquela festa (ou essa), então ele
convoca alguns familiares para partir, eu, que não sou besta nem nada, decidi
acompanhar já que estava tarde e alguém teria que zelar pela segurança dos mais
velhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário